segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Teatro do Parque virou um pedaço do sertão


Inspirada na obra “Os Sertões”, de Guimarães Rosa, a peça “Encantrago – Ver de Rosa um Ser Tão”, do Grupo Expressões Humanas em parceria com o Grupo Teatro Vitrine (CE), encerrou a programação do Festival Recife do Teatro Nacional. O espetáculo foi apresentado no último fim de semana, no Teatro do Parque.

Encantrago... é um mergulho no coração intratável e miraculoso do Brasil e uma viagem cujo destino é a encantada vastidão do homem do sertão. O espetáculo resgata os rituais humanos como um elemento essencialmente eficaz na arte teatral e brinca de embaralhar o mundo real e simbólico, que se configura onde a vida é quase uma impossibilidade.









Foto: Val Lima

Meire Love

O Teatro Barreto Junior recebeu nos dias 27 e 28 a montagem da peça Meire Love, do Grupo Bagaceira (CE). Em cena, quatro meninas prostituídas perambulam pelas ruas de uma cidade turística em meio à barbárie cotidiana a qual encontram-se submetidas. Elas buscam, por intermédio do sonho e da fantasia, um lugar para a felicidade.

A suposta fuga da Mary Love com um estrangeiro desencadeia em um grupo de pré-adolescentes, também prostituídas, sentimentos diversos em relação à realidade cruel enfrentada por elas desde que nasceram.


Foto: Lidia Marques

Mais Mary Stuart e Elizabeth I no Festival



Assim como Denise Stoklos, as atrizes Georgette Fadel e Isabel Teixeira trouxeram para a 12º edição do Festival Recife do Teatro Nacional a história das Rainhas Mary Stuart e Elizabeth I. No palco do Teatro Hermilo Borba Filho, as duas atrizes contaram a luta político-religiosa das rainhas que disputavam a coroa da Inglaterra na segunda metade do século.

O duelo apresentado, com direção de Cibele Forjaz, durante quase duas horas de peça, traduz a história em vários níveis: o duelo de duas rainhas que almejam um só trono, o duelo de duas atrizes no jogo cênico e o duelo interior de cada personagem/atriz. As atrizes partiram do texto clássico para criarem coletivamente uma dramaturgia própria, trazendo para o coração da cena a atualidade de um texto histórico.





Foto: Val Lima

Atores pela estrada


O público que acompanhou o FRTN teve a oportunidade de assistir montagens diferentes de textos iguais. Foi o que aconteceu com a peça “Cordel do Amor Sem Fim”, que os grupos Postes Soluções Criativas (PE) e Sinhá Zózima (SP) apresentaram no último fim de semana.

As surpresas do amor é o mote da história que se passa às margens do Rio São Francisco. O texto é de Cláudia Barral e o diferencial entre as duas montagens ficou por conta do palco apresentado. A montagem paulista narrou a trama dentro de um ônibus que circulou pela cidade durante 50 min. Aos que tiveram a sorte de conseguir embarcar nessa viagem (os ingresso foram concorridos) puderam conferir e experimentar uma forma diferente de fazer teatro.







Foto: Val Lima




Foto: Val Lima

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cordel do Amor Sem Fim



Mais uma montagem pernambucana abrilhantou o 12º Festival Recife do Teatro Nacional. Desta vez, o grupo Poste Soluções Luminosas apresentou a peça Cordel do Amor Sem Fim, ontem(26), no Espaço Compassos.

A trama passa-se na cidade de Carinhanha, sertão baiano, às margens do Rio São Francisco que, de certa maneira, é um dos personagens da história. Na cidade, vivem três irmãs – a velha Madalena, a misteriosa Carminha e a jovem e sonhadora Tereza -, por quem José é apaixonado. Drummondianamente, Carminha ama José, que ama Tereza que ama Antônio, um viajante por quem ela se apaixona no porto da cidade, no dia em que um almoço marcaria o pedido de casamento feito por José.

Tudo isso pode ser revisto hoje (27), às 20h, no Espaço Compasso, que fica na Rua da Moeda, Bairro do Recife.





Foto: Val Lima





Foto: Val Lima

Dramaturgia israelense no FRTN

A Cia. Lazzo, de São Paulo, apresentou ontem (26), no Teatro Apolo, a peça Réquiem. De autoria do escritor israelense Hanoch Levin, e inspirada em três contos do escritor russo Anton Tchekhov, a montagem é estruturada em 15 cenas curtas, alinhavadas por um eixo central: uma estrada e um percurso de um Velho por diferentes caminhos, encruzilhadas, esperas, partidas e chegadas.

Foto: Val Lima

A montagem de Réquiem, através de uma encenação contemporânea, que respeita acima de tudo a imaginação e inteligência do espectador, discuti as questões contidas na obra de uma maneira artística, sem impor respostas, mas apresentando situações dramáticas fundamentadas e originadas por estas perguntas.

Foto: Val Lima

No palco, sete atores se dividem em 13 personagens que não têm nomes, são chamados de Velha, Bêbados, Prostitutas, Cocheiro, Mãe, arquétipos explícitos que aparecem ao personagem central – o Velho - numa sucessão de encontros, desencontros, nascimentos, mortes, zonas de luz e de trevas, curvas, desvios de rota, retornos, enfim, uma alegoria da vida. Réquiem pode ser visto novamente hoje (27), às 21h, no Teatro Apolo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Conflitos e paixões de “A Mar Aberto”

Uma história de pescador sem exageros ou mentiras, assim é a peça “A Mar Aberto”, do coletivo Artístico Atores à Deriva, do Rio Grande do Norte. A trupe se apresentou ontem (25), no Teatro Barreto Júnior e faz mais uma sessão hoje, às 19h, no mesmo local.

A peça foi escrita e dirigida por Henrique Fontes, e conta a história de um velho lobo do mar, seu José Hermílio, que em um dos dias de sua pescaria, é traído pelo desejo ao se ver seduzido por um rapaz de 19 anos, Júlio de Joana. Ele acredita que o demônio usa de suas artimanhas para fazê-lo desejar o jovem, que abandonou a faculdade para ser pescador.


Foto: Val Lima

O conflito central da história gira em torno desse desejo do pescador experiente por Júlio. A relação entre José Hermílio e Júlio de Joana faz referência aos personagens Riobaldo e Diadorim do livro Grandes Sertões Veredas, de Guimarães Rosa. Riobaldo é um jagunço que se apaixona pelo companheiro de trabalho Diadorim, ao longo da história Riobaldo entra em crise existencial por causa da sua paixão, até descobrir que, na verdade, Diadorim era uma mulher.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bis de Denise Stoklos

Mais uma noite comandada por Denise Stoklos no Teatro de Santa Isabel. Dessa vez, na pele de uma rainha, a atriz trouxe para o palco a história de Mary Stuart. Sozinha em cena, Denise conseguiu prender a atenção da platéia, ontem (24), com a história da rainha da Escócia, aprisionada e condenada à morte injustamente pela própria prima, Elizabeth I, rainha da Inglaterra.

A atriz une, com muito humor, a palavra ao gesto, num espetáculo que não tem tempo cronológico, dimensão espacial ou geografia determinada. No palco, assim como em Vozes Dissonantes, apresentado na segunda-feira (24), Denise utiliza o mínimo de recursos materiais e o máximo do corpo, voz e o pensamento.


A peça foi inspirada em vários textos sobre a rainha da Escócia. Denise, que é conhecida pela sua competência no que diz respeito à arte de atuar/dirigir/escrever suas próprias peças, foi destaque no festival, trazendo dois trabalhos para o Recife. "A presença dela no palco é incrível. O corpo fala. As expressões são muito fortes. Além disso, tem todo um trabalho de pesquisa que percebemos na construção do texto. Tudo muito bem pensado e representado", ressaltou a estudante Rita Costa, que acompanha as apresentações do Festival.

Aprendizes em cena


A noite desta terça-feira (24) foi especial para os que fazem o projeto “O Aprendiz Encena”, do Centro Apolo-Hermilo. Dentro da programação do 12º Festival Recife do Teatro Nacional, a montagem da peça “Playdog” foi o resultado de meses de trabalho e dedicação. No palco do Teatro Hermilo Borba Filho, os atores Auricêia Fraga, Pascoal Filizola e Cleiton Cabral deram vida aos textos de Rafael Martins, Newton Moreno e Carlos Bartolomeu.

Três histórias foram colocadas em cena: Lesados, A Refeição e O Jogo da Amarelinha. Três textos curtos que funcionaram como um jogo arrancando gargalhadas e aplausos da platéia que lotou o teatro. Playdog volta a ser apresentado hoje (25), às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho.









Foto: Val Lima


Confira trechos de Playdog:


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vozes da Stoklos

O Teatro de Santa Isabel recebeu na noite de ontem (23), a peça Vozes Dissonantes. Criado em 1999, o espetáculo trata de brasileiros rebeldes que não eram a favor das ordens oficiais do país durante os cinco séculos de história. Fundamentado em expressões de filósofos, religiosos, políticos e poetas, que de alguma maneira ajudaram o Brasil na busca ou geração de novos caminhos, em 1h15 de peça, a autora/diretora/atriz Denise Stoklos, faz a platéia refletir.



Vozes Dissonantes segue a linha de Teatro Essencial que trata de um teatro baseado menos nos recursos plásticos excessivos e mais na capacidade de comunicação do ator, seu corpo, sua voz e seu testemunho particular.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Carícias: momentos de conflitos e união



Uma viagem através dos relacionamentos do homem urbano contemporâneo ao revelar situações limites das relações afetivas e comunicação humana é o que propõe a peça Carícias, apresentada neste domingo (22), no Teatro Hermilo Borba Filho. O texto é do dramaturgo catalão Sergi Belbel com tradução da carioca Christiane Jathay e a versão apresentada no Festival tem a direção do pernambucano Leo Falcão.

No elenco, estão Ana Claudia Wanguestel, Carlos Lira, Cira Ramos, Marcelino Dias, Paula de Renor e Rodrigo García. A peça teve uma curta temporada no mês de setembro e voltou a se apresentar especialmente para o Festival.







Foto: Val Lima

In On It

O Teatro Apolo ficou completamente lotado com a apresentação da peça In On It, neste fim de semana. Em duas sessões (sábado e domingo), a montagem carioca do canadense Daniel Macivor, fez o público gargalhar e refletir durante quase duas horas de apresentação.

Foto: Val Lima

No palco, dez personagens são vividos pelos atores Emilio de Mello e Fernando Eiras, com direção de Henrique Diaz. In On It passa uma sensação de mistério. A história segue uma narrativa em espiral sobre um homem que morre, dois amantes cujo amor esta terminando e dois homens que contam esta historia.

No enredo, três esferas são apresentadas e fundidas: a peça, o espetáculo e o passado. O cenário é formado por paredes descobertas, duas cadeiras e uma iluminação que caracteriza as diferentes realidades.

Poesia e imaginação no Teatro do Parque

O público infantil garantiu o seu espaço no Festival no fim de semana, com a apresentação da peça “Outra vez, era uma vez...”, da Companhia Fiandeiros de Teatro (PE). As apresentações aconteceram no Teatro do Parque no sábado e no domingo (21 e 22).



Foto: Val Lima

Em cena, uma fusão entre as linguagens musical e teatral. O enredo mostra o conflito interno de um escritor incapaz de finalizar sua obra. Com a imaginação do poeta (personagem principal da trama), os personagens ganham vida e o levam para dentro da sua própria história, vivendo entre o passado e o presente – levados pelo som da música.

Foto: Val Lima

“Achei a peça divertida e bem colorida. A forma que contaram a história ajudava a fazer com que a gente viajasse junto na imaginação”, disse Renata (11) que assistia a apresentação com a mãe e o irmão de sete anos.

Confira trechos de "Outra vez, era uma vez..."



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Barreto Junior recebe Encruzilhada Hamlet

Em Encruzilhada Hamlet (hoje e amanhã, às 19h, no Teatro Barreto Junior), os personagens Hamlet e o Coveiro removem a cova onde foram enterrados há cinco séculos e ressurgem no ano em que a peça está sendo mostrada. Com eles, vêm à tona as artimanhas do patriarcalismo, a restringência da morte, a extenuada luta de classe, a inconciliação dos opostos, o êxtase aflitivo de ser criador e criatura e a má fé das promessas e dos pactos sorridentes dos que detêm qualquer tipo de poder e se consideram superiores aos seus (des)semelhantes.

Foto: Val Lima

Nesta encruzilhada de inumeráveis caminhos, interpretações e interpenetrações, as personagens de todos os teatros brincam de adquirir autonomia figural, para além dos golpes certeiros de Pirandello. Rejubilam-se com a artificialidade do mundo e dos homens: céu de teatro, terra de teatro, luminares de teatro, luz de teatro, voz de teatro, gente de teatro que ainda acredita no teatro, trabalhador de teatro.

Encruzilhada Hamlet não é uma adaptação do Hamlet shakespeareano, mas um texto original, dividido em três partes assim denominadas: Um retábulo para os luminares celestes, Um retábulo para os espíritos e Um retábulo para os loucos e deserdados. O texto/encenação rende homenagem à arte de jogar em cena e a todos os trabalhadores do teatro: do bilheteiro ao ator, revalorizando o cenotécnico, o maquinista, o cortineiro, o aderecista, o contra-regra, o eletricista, o iluminador, o operador de som, todos os artífices e oficiantes da liturgia teatral.

Os ingressos custam apenas R$ 1.

A saga de Till abre o XII FRTN


A peça "Till, a saga de um herói torto", do Grupo Galpão, movimentou a noite desta quinta-feira (19), na Praça do Arsenal, Bairro do Recife. A trupe mineira foi a responsável pela abertura do 12º Festival Recife do Teatro Nacional e apresentou a bem humorada história da cultura popular alemã da Idade Média, com toques bem regionais. Mais de mil pessoas acompanharam as artimanhas do personagem que, de certa forma, tem parentescos com figuras tupiniquins, como Macunaíma, por exemplo.


Fotos: Val Lima

Além de Till e de tantos outros personagens que juntos contam o enredo, a peça conta também a história de três cegos andarilhos que buscam a redenção, sonhando alcançar as torres de Jerusalém e salvar o Santo Sepulcro das mãos dos infiéis. Num mundo em que é cada vez mais marcante a presença dos excluídos e dos desprovidos de qualquer suporte material, a parábola das aventuras do anti-herói Till Eulenspiegel torna-se de uma atualidade inquietante.

"Achei tudo muito lindo, queria que a gente pudesse ver sempre coisas assim na rua", disse Sabrina Soares, de 11 anos. Acompanhada dos pais e do irmão mais novo, a estudante vibrava com as peripécias de Till. Em quase duas horas de espetáculo, o grupo garantiu boas gargalhadas e a participação ativa da platéia. A peça “Till, a saga de um herói torto”, volta a ser apresentada hoje (20), às 20h, na Praça do Arsenal, Bairro do Recife. A apresentação é aberta ao público e gratuita.

Projeto "O Aprendiz Encena" apresenta Playdog

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Festival começa hoje, com grupo Galpão!


Till, a Saga de um Herói Torto - Grupo Galpão (MG)
Super espetáculo gratuito, às 19h, na Praça do Arsenal. Imperdível!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Contagem regressiva

O Festival Recife do Teatro Nacional começa amanhã, mas já é destaque nas edições de hoje dos jornais do Estado.

Capa do Caderno C, Jornal do Commercio (Exclusivo para assinantes)



sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Grupo Galpão abre o XII Festival Recife do Teatro Nacional


O XII Festival Recife do Teatro Nacional começa no dia 19/11, com apresentação do espetáculo Till, a Saga de um Herói Torto, peça de Luis Alberto de Abreu, montada pelo grupo mineiro Galpão. Como a idéia desta edição é dialogar com espaços públicos, Till será apresentado na Praça do Arsenal, às 19h, com espetáculo extra no dia 20/11, às 20h.

Fotos: Guto Muniz

Criado pela cultura popular alemã da Idade Média, Till é o típico anti-herói cheio de artimanhas e dotado de um irresistível charme. Um personagem que tem parentesco com outros tipos de várias culturas, que se assemelha muito ao nosso Macunaíma ou ao ibérico Pedro Malasartes.


Além de Till e uma infinidade de rústicos personagens medievais, a peça conta também a história de três cegos andarilhos que buscam a redenção, sonhando alcançar as torres de Jerusalém e salvar o Santo Sepulcro das mãos dos infiéis.

O Grupo Galpão tem patrocínio da PETROBRAS.

Agende-se: veja programação completa do Festival

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Festival é destaque nos jornais de Pernambuco

Capa do Viver - Diario de Pernambuco (link)

Capa do Caderno C - Jornal do Commercio (link para assinantes)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Festival Recife do Teatro Nacional 2009 anuncia programação

As cortinas dos teatros se abrem a partir do próximo dia 19 para o 12º Festival Recife do Teatro Nacional. A edição deste ano vem cheia de novidades, a começar pela a abertura que será na Praça do Arsenal, às 19h, com a apresentação da peça "Till, a saga de um herói torto", do grupo mineiro Galpão. Ao todo serão 42 apresentações durante os 11 dias de festival, que se estende até o dia 30 de novembro.

Foto: Val Lima

Na programação, cinco teatros farão parte do festival: Teatro Barreto Junior, Teatro do Parque, Teatro Apolo, Teatro de Santa Isabel e Teatro Hermilo Borba Filho. Contudo, seguindo a política de descentralização da Prefeitura do Recife, o 12º Festival Recife do Teatro Nacional leva grandes espetáculos para a rua, ocupando praças, centros de lazer e estações de metrô. Durante o Festival, 18 peças serão encenadas em RPAs descentralizadas, como Jordão Alto e Barro, com acesso gratuito para a população. Nos teatros, o valor máximo custará R$ 5.

Ainda dentro da programação do festival, seminário e oficinas serão realizados durante os onze dias de evento. Agora é só esperar para conferir tudo o que o Festival Recife do Teatro Nacional tem para apresentar.